“O profeta Elias se sensibilizou com o sofrimento da viúva de Sarepta que não tinha mais nada para se alimentar que não fosse um pouco de farinha e óleo”.
A tradição profética nos mostra, que, os homens que se entregaram ao serviço de Deus, conseguiram muitas graças para si e para os que seguiam seus passos. Esta verdade acompanha há mais de oito séculos os frades carmelitas que, sendo da linhagem do profeta Elias, receberam como herança o profetismo, para anunciar a este mundo que não estamos aqui de enfeite, mas, para denunciar e anunciar.
Denunciar as injustiças e anunciar o Reino de Deus, no que se refere as injustiças, se faz necessário frisar que a injustiça não se fecha apenas a falta de assistência aos menos favorecidos, ou deixar de assistir os pobres, esse é um tipo de injustiça, que deve ser combatida, mas, a injustiça maior é o desprezo ao Deus verdadeiro, esse foi o grande intento do nosso pai o santo profeta Elias.
O zelo do profeta Elias pela causa de Deus, de fato o consumia, ele desejava ardentemente que os homens e mulheres de seu tempo se rendesse ao único Deus vivo e verdadeiro, com isso a obra desempenhada por ele consistia em anunciar que devemos servir somente a esse Deus e que devemos denunciar os falsos deuses.
Em defesa do Deus verdadeiro, Elias combatia os profetas de baal, instigando-os a reconhecer o Deus de Israel como o único Deus verdadeiro, com essa luta Santo Elias nos inspira a trabalhar pela causa de Deus também nos dias de hoje, servindo a Deus nos irmãos e instruindo-os na busca do que é interior, o amor de nossas almas.
O profeta mais citado no novo testamento, muitas vezes pelo próprio Jesus de Nazaré é um homem que se distingue dos outros homens pelo seu zelo pelas coisas de Deus.
O profeta Elias se sensibilizou com o sofrimento da viúva de Sarepta que não tinha mais nada para se alimentar que não fosse um pouco de farinha e óleo. ( 1 Rs 17, 8 – 18, 46). Sensibilizado pela pobreza daquela mulher com seu filho, ele súplica a Deus que não a deixou faltar seu alimento e Deus escuta o homem de Deus vindo em socorro daquela mulher, porém isso aconteceu também porque a viúva acreditou no que o profeta Elias disse.
Para obter de Deus graças se faz necessário crer na divina providência e esperar, a virtude da confiança e esperança em Deus deve se fazer presente em nossa vida sempre. Isso, porém, não significa que não precisamos arregaçar as mangas e fazer cada um a sua parte para a construção do Reino de Deus aqui na terra.
O profeta Elias como nós, também teve momentos de desânimo, quando se deitou debaixo de um junípero e esperou a morte, mas, foi logo reanimado pelo anjo de Deus que lhe ordenou, levanta-te e come, pois tens um caminho longo a percorrer. (1Rs 19-18).
Sustado pela força daquele alimento e cheio do vigor de Deus o profeta Elias continuou a obra de Deus.
O profeta Elias era um homem fraco como nós, mas com a força de sua fé não se deixou abater pelos problemas que enfrentou na defesa da causa de Deus. A fraqueza não significa que fomos abandonados por Deus, nós somos fracos pois temos nossas mazelas que nos enfraquece, mas como dizia o apóstolo dos gentios, é na fraqueza que se mostra nossa fortaleza, quando sou fraco é aí que sou forte.
A força deste profeta animou o outro profeta seu discípulo, Eliseu a continuar a obra iniciada por Elias, por isso Eliseu percebeu que para poder realizar a obra que Elias realizava era preciso ter uma dupla porção de seu espirito, pois ele sabia que a obra era árdua. (2 Rs 2, 9).
A missão que Eliseu assumiu, é a missão dos carmelitas, que no mundo inteiro deve batalhar pela causa de Deus, esse propósito vem sendo desempenhada pelos frades carmelitas e não somente pelos frades, mas também pelas monjas, as freiras e os leigos da Ordem Terceira do Carmo, que ao longo dos séculos tem trabalhado para que o reino de Deus esteja cada vez mais próximo do povo.
O zelo pelas coisas de Deus pode ser demonstrado por cada um dos batizados hoje pelo ardor missionário, devemos sair pelo mundo anunciando o amor de Deus, e fazer com que os homens se voltem para Deus a fim de realizarem o fim último de suas vidas, alcançar a verdadeira felicidade que é fazer a vontade de Deus.
Por Pe. Frei Marcelo Aquino, O. Carm.