A expressão “pró-escolha” perde completamente seu sentido diante do resultado da pesquisa publicada no ano passado pelo Journal of American Physicians and Surgeons (JP&S), que confirma pesquisas anteriores sobre a efetiva decisão da mulher em abortar e os traumas pós-aborto.

 

A pesquisa analisou 987 mulheres que passaram por abortos e traz diversas informações importantes sobre a experiência do aborto em mulheres nos EUA, onde a prática é legalizada:

  • 13% das mulheres informou ter feito algum tipo de tratamento psicológico ou psiquiátrico antes do aborto e após o aborto 67,5% das mulheres haviam passado por tratamentos psicológicos.
  • 58,3% das mulheres informou que fez o aborto por ter sofrido algum tipo de pressão por pessoas próximas e 28,4% informou que teve medo de perder seu companheiro caso não fizesse o aborto.
  • 73,8% discorda de que a decisão do aborto tenha sido uma decisão exclusivamente dela, indicando haver sofrido pressões sociais.
  • 67,5% informou que se tratou da experiência mais difícil de suas vidas.

A pesquisa verificou diversos impactos na saúde mental das mulheres:

  • 14,4% passaram a sofrer sintomas de depressão relacionados ao aborto
  • 14% declarou sofrer sentimentos de culpa
  • 12,4% declarou ter tido perda de autoconfiança e sentimento de que não merece ser amada 9% informou ter passado a fazer uso de alcool e drogas
  • 7% declarou crises de ansiedade
  • 6,2% passou a ter pensamentos suicidas

Dentro da amostra da pesquisa, de 987 mulheres, 69,8% havia feito um aborto; 19,7% havia feito dois abortos, 7,6% havia feito três abortos e 2,9% havia feito quatro abortos ou mais. Setenta porcento delas fez o aborto com 21 anos de idade ou menos.

A pesquisa obteve relatos de mulheres de todos os estados dos Estados Unidos exceto o Havaí. A pesquisa foi realizada por um time de pesquisadores renomados que há muitos anos trabalha nessa área.

Os abortos forçados são vistos com menos frequência em países onde o aborto é crime, como o Brasil. A falta de apoio às gestantes para seguir suas gestações e terem seus filhos e o fácil acesso aos serviços de abortamento mostram-se elementos que podem contribuir para que as mulheres sofram pressão para abortarem, aumentando assim o número de mulheres que se expõe aos problemas psicológicos e físicos ocasionados por um aborto, quer seja ele legal ou ilegal.

O argumento de que as mulheres tem o direito de escolher sobre o seu próprio o corpo se mostra apenas um artifício retórico, em um contexto ideológico no qual a ideia de “empoderamento”  fortalece discursos políticos persuasivos.

Os dados da pesquisa vem confirmando constatações de diversos outros pesquisadores de outras universidades e de outros países. Milhares de mulheres podem estar sendo levadas a terríveis sofrimentos em nome de agendas políticas internacionais que governos são pressionados a aceitar.

 


Pesquisas científicas e experiências clínicas da psiquiatra Dra. Martha Shuping são detalhadamente apresentadas no livro Precisamos falar sobre aborto: mitos e verdades, em lançamento no Brasil pela Editora Estudos Nacionais. O livro já pode ser adquirido antecipadamente e a entrega será em março.

 


Referências:

Coleman et. al. 2017. Women Who Suffered Emotionally from Abortion: A Qualitative Synthesis of Their ExperiencesJournal of American Physicians and Surgeons, Volume 22, Number 4, Winter 2017. Acesso ao artigo em inglês.
Madeira JL. Aborted emotions: regret, relationality, and regulation. Michigan J Gender & Law 2014;21:1-66.

Cohen, Susan A. Repeat abortion, repeat unintended pregnancy, repeated and misguided government policies. Guttmacher Policy Review 2007 10(2):8-12.
Centers for Disease Control and Prevention. (2013, November 29). Abortion Surveillance–United States, 2010 (see Tables 3 and 5).

 

Fonte: Estudos Nacionais